Reforma do Ministério da Educação com Extinção da FCT Gera Controvérsia e Aviso Presidencial
O Governo deu início à reforma do Estado com uma reestruturação profunda do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), que prevê a redução de 18 para sete entidades e de 45 para 27 dirigentes superiores. A medida mais polémica é a extinção da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), principal agência pública de financiamento à investigação, que será integrada numa nova Agência para a Investigação e Inovação, juntamente com a Agência Nacional de Inovação (ANI). O ministro Fernando Alexandre justificou a reforma com a necessidade de modernizar uma “estrutura anacrónica”, garantindo que o financiamento à ciência será preservado.
A decisão, anunciada sem auscultação prévia, gerou uma onda de choque e críticas na comunidade científica e académica.
A FENPROF descreveu a medida como um “desmantelamento do serviço público de educação”, enquanto a Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL) expressou “profunda preocupação” com a estabilidade dos projetos e bolsas.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, interveio no debate, avisando que poderá vetar o diploma. Recordando o “berbicacho” da extinção do SEF, Marcelo afirmou que “a pura extinção, só por si, pode não ser uma boa ideia” e que, se tiver dúvidas “sobre um ponto que seja”, pedirá ao Governo para repensar e, em caso de insistência, poderá usar o veto.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, considerou a medida “incompreensível” sem diálogo prévio com as instituições.
Em resumoA reforma do Ministério da Educação, marcada pela extinção da FCT, tornou-se um ponto de forte tensão política, opondo o Governo à comunidade científica e à oposição. A intervenção do Presidente da República, que admitiu a possibilidade de veto, eleva o patamar do conflito institucional e coloca em dúvida a implementação da medida.
Artigos
5