Ventura afirmou que só avançará se sentir que “nenhum dos candidatos preenche os mínimos de requisitos para os valores que defendemos” e se o partido o entender como necessário.
Esta movimentação coloca pressão sobre o espaço político da direita e marca a ambição do partido de disputar os mais altos cargos do Estado.
Simultaneamente, o Chega demonstra uma estratégia de crescente intervenção na governação.
Perante as controversas alterações à lei laboral propostas pelo Governo, André Ventura posicionou-se contra as medidas que afetam os direitos parentais, mas, em vez de se limitar à oposição, propôs ao primeiro-ministro a criação de uma “delegação conjunta de análise das alterações à lei laboral para que, em setembro, se possa dar andamento a isto de forma ponderada”. Esta abordagem de diálogo seletivo com o Governo da AD, que necessita do seu apoio parlamentar, evidencia uma tentativa de se afirmar como um parceiro incontornável e de influenciar diretamente as políticas do executivo. Esta estratégia é complementada por um esforço de implantação local, com o partido a planear candidaturas em todos os 308 concelhos nas próximas eleições autárquicas, envolvendo todos os seus deputados como cabeças de lista.