O episódio serviu como um teste prático à capacidade de resposta das autoridades e intensificou o debate em torno da controversa Lei dos Estrangeiros, recentemente vetada. Após a chegada dos migrantes a Vila do Bispo, as autoridades atuaram rapidamente, prestando cuidados de saúde e alimentação antes de os apresentar a tribunal, que em menos de 24 horas decidiu pela sua expulsão. O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, elogiou a eficácia da operação, afirmando que “as autoridades portuguesas funcionaram” e que a decisão judicial de “afastamento do território nacional” seria cumprida. Leitão Amaro destacou que “neste momento não há pedido de asilo” por parte dos migrantes, que ficarão sob custódia num centro de instalação temporária até serem expulsos.
Em contraste, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, apelou a “responsabilidade e humanismo na extradição de migrantes”, introduzindo uma nota de preocupação com os direitos humanos no discurso político. Este evento ocorre num momento de alta tensão política sobre a imigração, coincidindo com o chumbo da nova Lei dos Estrangeiros pelo Tribunal Constitucional, uma lei que o Governo de centro-direita e o Chega pretendiam usar para endurecer as regras de entrada e permanência no país. A situação real no Algarve serviu, assim, de pano de fundo para um debate que opõe a visão de maior controlo e regulação do Governo à abordagem mais humanista defendida pela oposição.














