O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou o diploma do Governo que aprova o processo de reprivatização de até 49,9% do capital social da TAP. A decisão surgiu após o executivo ter prestado esclarecimentos sobre dúvidas levantadas pelo Chefe de Estado, marcando um passo decisivo para o futuro da companhia aérea nacional. O processo de reprivatização, formalmente iniciado em julho, prevê a venda de 44,9% do capital a um ou mais investidores e a reserva de 5% para os trabalhadores. A promulgação por parte de Marcelo Rebelo de Sousa foi notavelmente rápida, ocorrendo poucos dias após o diploma ter chegado a Belém.
No entanto, o Presidente solicitou esclarecimentos sobre cláusulas relacionadas com o património da TAP, a estrutura do capital e a recente declaração de insolvência da antiga TAP SGPS (Siavilo).
A preocupação de Marcelo era garantir que o processo fosse transparente e não desse margem a futuras impugnações judiciais por parte dos interessados. O Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, confirmou que o Governo respondeu às questões, o que permitiu a promulgação, e afirmou que o processo “é do interesse estratégico de Portugal”. Esta decisão contrasta com o veto que o Presidente aplicou ao plano de privatização do anterior governo socialista em outubro de 2023, que, na sua ótica, “suscitava múltiplas dúvidas e reticências à luz da desejada máxima transparência”. Com a luz verde de Belém, o processo avança agora para a aprovação do caderno de encargos e a fase de pré-qualificação dos interessados.
Em resumoA promulgação do decreto de reprivatização da TAP por Marcelo Rebelo de Sousa, após um período de escrutínio, desbloqueia um dos dossiês económicos mais importantes do Governo. A decisão representa uma mudança de poder no controlo da companhia aérea, abrindo a porta a capital privado num ativo estratégico para o país.