Esta posição representa uma potencial fonte de tensão diplomática, diretamente ligada à nova política migratória do governo português.

O embaixador do Brasil em Lisboa, Raimundo Carreiro, afirmou que o seu governo tem acompanhado as mudanças legislativas e transmitido “as preocupações e dúvidas da comunidade brasileira aqui residente”. Segundo o embaixador, as propostas do governo de Montenegro “aprofundam as diferenças já existentes no tratamento dispensado a brasileiros em Portugal e a portugueses no Brasil”, tanto nos requisitos para residência e reagrupamento familiar como para a naturalização.

Carreiro considera que estas mudanças são “contrárias ao espírito do Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta” assinado em 2000.

O diplomata alertou: “Se não lograrmos maior equilíbrio no tratamento das nossas diásporas de lado a lado, é de se prever que haja maior pressão no Brasil para restabelecer a reciprocidade, princípio basilar da política migratória brasileira”.

Uma reunião entre autoridades diplomáticas e consulares dos dois países foi agendada para 21 de agosto para discutir o assunto, dada a sua “urgência”.

O embaixador sublinhou que, enquanto os portugueses no Brasil não precisam de um tempo mínimo de residência para solicitar reagrupamento familiar, as novas regras em Portugal poderiam gerar esperas superiores a três anos.