Esta tática representa uma aposta de alto risco para expandir a sua implantação local, podendo simultaneamente enfraquecer a sua bancada parlamentar.
O presidente do partido, André Ventura, classificou as eleições de 12 de outubro como uma “prova de fogo”, estabelecendo como meta “ganhar câmaras no país todo”.
A estratégia do Chega distingue-se pela mobilização massiva dos seus deputados, uma medida que visa capitalizar a notoriedade dos parlamentares para conquistar poder local. Dos 59 deputados que serão candidatos, 44 encabeçam listas para presidentes de câmara, o que implica a renúncia ao mandato na Assembleia da República em caso de vitória, devido à incompatibilidade de funções. O partido justifica a decisão afirmando que a “participação dos deputados nas autárquicas representa uma mais-valia para as comunidades locais, ao trazer para a governação municipal a experiência, o conhecimento e a responsabilidade política adquiridos no parlamento”.
Entre os candidatos destacam-se figuras proeminentes do partido, como o líder parlamentar Pedro Pinto, candidato em Faro, e Rita Matias, que concorre em Sintra.
Esta aposta total nas autárquicas reflete a ambição do Chega de traduzir o seu crescimento a nível nacional em poder territorial, depois de nas eleições de 2021 ter eleito 19 vereadores. A tática, contudo, não está isenta de riscos, pois a eventual eleição de dezenas de deputados como autarcas forçaria uma reconfiguração profunda da sua bancada parlamentar, a segunda maior da Assembleia da República.














