A medida, classificada por Lisboa como “altamente censurável e injustificável”, representa uma alteração significativa nas relações bilaterais e na influência portuguesa num país lusófono.
A decisão do governo guineense, que determinou a suspensão das emissões e a saída dos jornalistas portugueses até terça-feira, 19 de agosto, foi recebida com forte repúdio em Portugal.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros português, liderado por Paulo Rangel, convocou de imediato o embaixador da Guiné-Bissau em Lisboa para prestar “explicações e esclarecimentos”. O MNE português afirmou que “tudo fará para reverter tal decisão”, sublinhando a importância destes órgãos de comunicação para as populações de ambos os países e para a comunidade lusófona. As direções de informação da Lusa, RTP e RDP reagiram em conjunto, descrevendo a medida como “um ataque deliberado à liberdade de expressão”.
O PSD, partido do Governo, condenou “veementemente” a decisão, embora ressalvando que não coloca em causa as relações bilaterais, enquanto o PS a classificou como uma “prepotência inaceitável”.
Do lado guineense, o primeiro-ministro, Braima Camará, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Carlos Pinto Pereira, confirmaram a decisão, prometendo esclarecimentos futuros e afirmando que, embora abertos ao diálogo, “a soberania da Guiné-Bissau deve ser respeitada”.
A crise ocorre pouco depois de a Guiné-Bissau ter assumido a presidência da CPLP, levantando questões sobre o respeito pela liberdade de imprensa no seio da comunidade.














