Esta tendência para alianças, sobretudo à esquerda, visa reforçar a sua representação local, combater o avanço da direita e superar os resultados menos positivos das últimas eleições legislativas.
O Bloco de Esquerda, em particular, aumentou significativamente o número de coligações em comparação com 2021, quando integrou apenas duas. Agora, já conta com cerca de duas dezenas de alianças, maioritariamente com o Livre e o PAN, e em alguns casos com o PS, como em Lisboa, Albufeira e Ponta Delgada.
Esta viragem estratégica, sublinhada pela coordenadora Mariana Mortágua, surge após o partido ter obtido o seu pior resultado de sempre nas legislativas de maio.
O Livre, por sua vez, continua a sua trajetória ascendente, apresentando cerca de 50 candidaturas, das quais metade são em coligação.
O partido, que se afirma como uma força de convergência à esquerda, vê nestas alianças uma forma de “travar a ascensão da extrema-direita no poder local”. O porta-voz Rui Tavares destacou que “há uma mudança muito real na política autárquica à esquerda” impulsionada pela relevância que o Livre ganhou.
O PAN também aposta fortemente em coligações, mas com uma abrangência ideológica maior, que vai do BE ao CDS-PP, como em Faro.
Esta diversidade tem gerado críticas internas, com mais de 100 filiados a apontarem uma “ausência de uma estratégia coerente”.
A direção do partido, no entanto, defende a necessidade de dialogar com diferentes forças, atendendo às “dinâmicas locais”.














