A sua postura perante a comunicação social e a perceção de ausência de comando político agravaram a pressão sobre o Governo de Luís Montenegro. A controvérsia atingiu o auge quando, durante uma declaração sobre o prolongamento da situação de alerta, a ministra se recusou a responder a perguntas dos jornalistas, dizendo “Vamos embora” a um secretário de Estado. Este episódio foi amplamente criticado e interpretado como um sinal de desrespeito e falta de controlo sobre a situação.

O presidente do Chega, André Ventura, capitalizou o momento para intensificar a sua ofensiva política, afirmando que o partido “atingiu o seu limite” e que iria pedir formalmente ao primeiro-ministro a demissão da governante. Ventura considerou que o país “ficou estupefacto” com a atitude da ministra e que Portugal necessita de um titular da pasta que “esteja no terreno e ao lado dos operacionais”. A exigência de demissão por parte do Chega representa uma significativa mudança de poder, posicionando o partido de extrema-direita como uma força de oposição frontal e vocal, que procura explorar as fragilidades do executivo da AD. A pressão foi ainda amplificada por outras vozes da oposição, que, embora não pedindo a demissão de forma tão explícita, criticaram a “falta de mais explicações” e a “inércia” do Governo, conforme referido em vários artigos.

A crise em torno de Maria Lúcia Amaral tornou-se, assim, um símbolo da contestação à gestão governamental dos incêndios.