Esta postura reforça o seu papel de magistratura de influência, colocando pressão adicional sobre o executivo de Luís Montenegro. Numa declaração aos jornalistas, o Chefe de Estado justificou o silêncio da ministra, afirmando: “Admito que quem acaba de chegar há dois meses esteja a descobrir os problemas e as respostas a dar.
Isso também se aprende, eu próprio aprendi”.
Esta observação, embora apresentada como uma justificação, foi amplamente interpretada como uma crítica à falta de preparação e à comunicação deficiente do Governo perante a crise.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou a tragédia de 2017 para sublinhar que, embora se tenha aprendido a preservar vidas, “as mudanças desde 2017 não foram suficientes” e que, terminado o período crítico, será necessário refletir sobre o sistema.
Ao visitar os funerais das vítimas dos incêndios e ao manter uma presença mediática constante, o Presidente assumiu um protagonismo que contrasta com a postura inicial mais discreta do Primeiro-Ministro.
Esta intervenção presidencial não é inédita, fazendo parte do seu estilo de presidência ativa, mas ganha particular relevância por ocorrer nos primeiros meses de um novo governo, testando a sua capacidade de resposta e moldando a perceção pública sobre a sua competência para lidar com crises nacionais.














