Esta ação sublinha uma crescente insatisfação com a gestão operacional da crise e representa um movimento de influência que contorna a hierarquia governamental para apelar à mais alta figura do Estado.
O presidente da LBP, António Nunes, revelou que numa reunião agendada em Belém serão discutidas não só reivindicações estruturais, como as carreiras e o estatuto social dos bombeiros, mas também as falhas sentidas no terreno nos últimos dias.
Entre as preocupações centrais estão a “falta de coordenação, da aplicação dos meios, disfunção da proteção civil e falta de informação”. António Nunes criticou ainda o atraso no pedido de ajuda internacional e a “não convocação da Comissão Nacional de Proteção Civil”, um órgão que considera essencial perante a intensidade dos incêndios. A ausência de um “comando de bombeiros” é também apontada como um fator que prejudica a eficácia do combate. A decisão de levar estas queixas ao Presidente da República é politicamente significativa, pois demonstra uma quebra de confiança nos canais de comunicação com o Governo. António Nunes elogiou a abertura de Marcelo Rebelo de Sousa, que “já demonstrou, ao longo do seu mandato, um grande reconhecimento em relação aos bombeiros” e ao seu “trabalho imprescindível”.
Esta iniciativa posiciona a LBP como um ator político relevante, que utiliza a sua legitimidade para pressionar por mudanças na estrutura de comando da Proteção Civil.














