O diferendo tornou-se público com a queixa de Daniel Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, que acusou Luís Newton de ter alterado a sua lista de candidatos “à sua revelia”. Gonçalves alega que Newton usou documentos assinados pelos membros da sua equipa “para efeitos diversos dos pretendidos”, uma acusação grave de manipulação processual. Este episódio é sintomático de uma luta de poder mais vasta, na qual Newton, apesar de estar afastado das listas por ser arguido no processo Tutti-Frutti, terá conseguido manobrar para aumentar a influência da sua fação nas listas às freguesias, contrariando as preferências de Moedas e da direção nacional. A situação revela a dificuldade da liderança nacional e da autarquia em controlar as estruturas locais do partido, onde as lealdades e os interesses se sobrepõem, por vezes, à estratégia global.

Este conflito interno, que eclode em plena preparação para um ato eleitoral crucial, fragiliza a imagem de unidade do PSD e pode ter consequências negativas na campanha eleitoral em Lisboa, um dos mais importantes palcos políticos do país.