A gestão da crise dos incêndios pelo Governo de Luís Montenegro gerou uma vaga de críticas por parte dos partidos da oposição, que acusam o executivo de falta de sentido de Estado, inação e plágio de propostas. O PS, pela voz do seu secretário-geral, José Luís Carneiro, liderou as acusações, afirmando que o Governo manifestou "falta de sentido de Estado" e "coragem política" ao não declarar a situação de calamidade e ao demorar a acionar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil. Carneiro acusou ainda o Governo de "plagiar" medidas do PS, apresentando-as como suas, e questionou a execução de diplomas sobre a reforma da floresta deixados pelo anterior executivo socialista. A "teimosia persistente" do Governo em não declarar a situação de calamidade, segundo o líder parlamentar socialista Eurico Brilhante Dias, poderá comprometer a eficácia do apoio às populações.
O PCP, através de Paulo Raimundo, considerou as 45 medidas anunciadas como "insuficientes", sublinhando que o mais importante é "garantir que mesmo as insuficientes se concretizam", recordando promessas não cumpridas após os incêndios de 2022. O Bloco de Esquerda e o Livre também se juntaram às críticas, apontando a "falta de noção" e a "postura reativa" do executivo.
A polémica em torno da presença de Luís Montenegro na Festa do Pontal enquanto o país enfrentava uma grave vaga de incêndios foi um dos principais focos da contestação, com a oposição a contrastar a imagem festiva com o sofrimento das populações. A pressão política culminou na convocatória de um debate de urgência no Parlamento para o dia 27 de agosto, onde se espera que o Governo preste esclarecimentos detalhados sobre a sua atuação.
Em resumoA oposição uniu-se nas críticas à gestão governamental da crise dos incêndios, focando-se na demora da resposta, na recusa em declarar o estado de calamidade e na perceção de alheamento por parte do primeiro-ministro. As acusações de ineficácia e plágio de medidas intensificaram a pressão sobre o executivo, que terá de se justificar perante o Parlamento.