O Ministério da Educação recomendou que a proibição do uso de telemóveis nas escolas seja alargada aos alunos do 3.º ciclo do ensino básico, conferindo autonomia aos estabelecimentos de ensino para aplicarem a medida. Esta orientação surge na sequência da nova regra que interdita o uso de smartphones no 1.º e 2.º ciclos a partir do próximo ano letivo, representando um aprofundamento da política de restrição de dispositivos digitais no ambiente escolar. Numa nota explicativa, o Ministério da Educação esclareceu que a sugestão de alargar a proibição visa reforçar a "coerência interna das regras" e "evitar mensagens contraditórias", especialmente em escolas onde alunos do 2.º e 3.º ciclos partilham as mesmas instalações. Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep), classificou a recomendação como "positiva", admitindo que muitos conselhos gerais irão optar por esta solução para evitar a "enorme confusão" que uma aplicação diferenciada poderia causar.
As escolas terão autonomia para definir as regras, incluindo exceções para fins pedagógicos, razões de saúde ou apoio a alunos com baixo domínio da língua portuguesa. Deverão também criar "alternativas que promovam a socialização e o bem-estar dos alunos", como jogos e atividades desportivas, e definir as sanções aplicáveis em caso de incumprimento.
Para Filinto Lima, o combate ao vício nos telemóveis é um "desafio da sociedade" que transcende a escola.
Em resumoA recomendação do Governo para alargar a proibição de telemóveis ao 3.º ciclo, embora deixando a decisão final às escolas, representa uma mudança significativa na política educativa sobre tecnologia. Esta medida reflete uma crescente preocupação com o impacto dos dispositivos digitais na socialização e concentração dos alunos, transferindo para as comunidades educativas a responsabilidade de encontrar um equilíbrio entre a tecnologia e o ambiente de aprendizagem.