A divulgação destes números, em pleno período de incêndios devastadores, intensifica o debate sobre as prioridades orçamentais do Estado e a eficácia das políticas de prevenção.

Segundo o serviço estatístico da UE, em 2023, Portugal alocou apenas 0,3% das despesas governamentais totais a serviços de proteção contra incêndios, uma percentagem idêntica à da Áustria e que coloca o país como o terceiro pior entre os 27 Estados-membros.

Apenas a Dinamarca (0,1%) e Malta (0,2%) investiram menos em proporção do seu orçamento.

Em contraste, países como a Roménia lideram a tabela com 0,9%.

Em termos absolutos, os governos da UE gastaram 40,6 mil milhões de euros nesta área em 2023, um aumento de 8,5% face a 2022.

No entanto, o Eurostat nota que esta rubrica se tem mantido consistentemente nos 0,5% da despesa total do governo desde 2017, sugerindo que o aumento nominal acompanha o crescimento geral do orçamento. Os dados revelam ainda que, em 2024, Portugal dispunha de 12.800 bombeiros profissionais, o equivalente a 0,25% do emprego total no país, uma proporção superior à média da UE (0,19%).

Contudo, o baixo investimento orçamental levanta questões sobre os recursos e equipamentos disponíveis para estes profissionais.