A responsabilidade pelo atraso na aquisição de novos aviões Canadair para o combate a incêndios tornou-se um ponto de confronto entre o Governo e o Partido Socialista, com ambos os lados a trocarem acusações de falsidade e má gestão. O Ministro da Defesa, Nuno Melo, acusou o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, de mentir, afirmando que a decisão de adquirir dois Canadair foi tomada em 2015 por um governo da AD (liderado por Passos Coelho), mas que o processo foi abandonado pelo governo socialista seguinte, liderado por António Costa.
Segundo Melo, se essa decisão tivesse sido mantida, os aviões “estariam cá em 2017”.
O ministro assegura que foi o atual governo de Luís Montenegro que desbloqueou a compra, embora as aeronaves só cheguem agora em 2029 e 2030, um adiamento que atribui à inação socialista. Em resposta, José Luís Carneiro, citado por Nuno Melo, teria afirmado que a decisão de compra foi de um executivo do PS. A troca de acusações insere-se no debate mais vasto sobre a gestão dos incêndios deste verão e a preparação do dispositivo de combate. O Governo da AD procura responsabilizar a governação anterior pela falta de meios aéreos próprios do Estado, enquanto o PS defende o seu legado e acusa o atual executivo de falhas.
Este conflito sobre a cronologia e responsabilidade política na aquisição de equipamento estratégico para a proteção civil evidencia uma profunda divergência na avaliação das políticas de defesa e administração interna das últimas legislaturas.
Em resumoA controvérsia sobre a compra dos aviões Canadair transformou-se numa batalha de narrativas entre o atual Governo e o PS. O executivo de Montenegro culpa a gestão de António Costa pelo atraso de mais de uma década na aquisição dos meios, enquanto os socialistas reivindicam a sua própria iniciativa no processo, num claro confronto sobre a responsabilidade política na gestão dos meios de combate a incêndios.