A comissão será composta por nove membros e terá uma natureza “apartidária”, com o objetivo de promover uma celebração que o Governo considera fundamental para a “consolidação da democracia e liberdade em Portugal”.

A decisão gerou reações imediatas da oposição.

Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, classificou a medida como um “insulto à democracia e, mais uma vez, uma fuga às responsabilidades”, argumentando que o país deveria estar a debater os problemas atuais, como a falta de professores, em vez de se envolver num “revisionismo histórico”. A criação desta comissão é vista por críticos como uma tentativa de equiparar a importância do 25 de Novembro à do 25 de Abril, diluindo o significado da revolução e valorizando a contraofensiva militar que travou a ala mais à esquerda do Movimento das Forças Armadas. O Governo assegura que a nova estrutura não colidirá com a comissão comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, prevendo-se um diálogo entre ambas. No entanto, a própria existência de uma comissão paralela é interpretada como um ato político que reflete a visão da atual maioria de direita sobre este período histórico.