O Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, antecipa uma discussão “relativamente simples”, mas avisa a oposição que o Governo não negociará “com base em ultimatos ou linhas vermelhas”.

Este cenário de negociação é visto com otimismo por André Ventura, líder do Chega, que considera existirem este ano “condições mais favoráveis para poder chegar a consensos” do que no ano anterior, embora ressalve que o sucesso dependerá “da atitude do Governo”. O Chega pretende que o OE2026 reflita uma “mudança de espírito de política de habitação”. Em contraste, o Partido Socialista, pela voz de José Luís Carneiro, estabelece uma fronteira clara, advertindo que o seu partido se oporá a qualquer proposta orçamental que inclua as alterações à legislação laboral pretendidas pelo Governo. Carneiro sublinhou que a defesa dos direitos dos jovens, mulheres e trabalhadores não é uma linha vermelha, mas sim uma questão de princípio, afirmando que “as pessoas não são linhas vermelhas”.

Do lado do PCP, Paulo Raimundo criticou as intenções do Governo, afirmando que o OE será um instrumento para “acentuar e acelerar a política deste Governo”, que descreve como desastrosa. A fragmentação parlamentar obriga o Governo a escolher entre o PS e o Chega como parceiro preferencial, tornando estas negociações um teste crucial à sua capacidade de garantir a estabilidade política e governativa do país.