A prevenção de incêndios florestais domina a agenda política, com o Presidente da Assembleia da República a exigir a passagem "à prática" das medidas já existentes e o Ministro da Agricultura a propor novas estratégias, como o reforço da pastorícia. Após mais um verão marcado por incêndios devastadores, o Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, defendeu a necessidade de executar as medidas previstas nos relatórios produzidos após os fogos de 2017 e 2022. Durante uma visita a Ponte da Barca, uma das zonas afetadas, Aguiar-Branco afirmou ser uma “responsabilidade de todos, do Governo e da Assembleia da República, olharmos para os relatórios que já existem e fazermos o que é previsto fazer no terreno”.
Sublinhou que “é preciso passar à prática”, pois “a evidência mostra que não foi feito tanto quanto era necessário fazer-se”.
Em paralelo, o Ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, apresentou a pastorícia como uma ferramenta-chave na prevenção.
Numa visita a áreas ardidas na Serra do Açor, o ministro mostrou-se convicto de que “a pastorícia extensiva é uma das soluções e que vai ajudar muito, mas não será a única solução”. O governante pretende utilizar uma dotação de 30 milhões de euros do Fundo Ambiental para projetos-piloto de pastoreio, acreditando que a medida pode também criar valor económico e ajudar à coesão territorial.
O Governo, por seu lado, garantiu que os apoios aos afetados pelos incêndios deste ano já começaram a ser pagos, afirmando que nunca foram tão rápidos.
Em resumoO debate sobre os incêndios florestais revela um consenso sobre a necessidade de agir na prevenção, mas com abordagens distintas: enquanto o poder legislativo, pela voz de Aguiar-Branco, foca-se na implementação de planos existentes, o executivo, através do Ministro da Agricultura, avança com novas propostas como a aposta na pastorícia, sinalizando uma dupla abordagem para um problema crónico.