A substituição de dois vogais da administração da Metro Mondego, por proposta do Governo, antes do final do mandato, gerou surpresa e críticas por parte dos autarcas socialistas da Lousã e Miranda do Corvo, que veem a decisão como uma manobra política num momento crucial do projeto. Em Assembleia Geral, o Estado, acionista maioritário, propôs a demissão dos vogais Eduardo Barata e Teresa Jorge, ambos com ligações ao PS, substituindo-os por Ricardo Cândido e Cristina Agreira, membros do executivo da Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais, liderada pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS). A decisão, que mantém o presidente João Marrana, foi aprovada com os votos favoráveis do Estado, IP e da Câmara de Coimbra, mas encontrou a oposição dos municípios da Lousã e Miranda do Corvo.
Os vogais demitidos mostraram-se surpreendidos, com Eduardo Barata a afirmar que seria “difícil escolher uma fase pior [para a substituição]”, dado que a empresa se prepara para o arranque da operação comercial.
O PS de Coimbra considerou a decisão “irresponsável” e justificada para “encaixar pessoas da confiança da coligação Juntos Somos Coimbra a um mês das eleições autárquicas”.
Os autarcas socialistas da Lousã e Miranda do Corvo argumentaram que a mudança “criará instabilidade na gestão da empresa, num momento crucial”, sem que tenha sido apresentada qualquer justificação para a interrupção antecipada do mandato, que terminaria em dezembro.
Em resumoA alteração na administração da Metro Mondego evidencia uma clara mudança de poder com conotações político-partidárias, com o Governo central a exercer a sua influência para nomear administradores alinhados com a coligação que governa Coimbra, gerando um conflito institucional com os municípios socialistas da região que temem o impacto no projeto.