A proximidade das eleições autárquicas de 12 de outubro intensifica a pressão sobre o autarca, com diversas figuras políticas a pronunciarem-se sobre as consequências.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que Moedas tem “responsabilidade política”, sublinhando que “quem quer que exerça um cargo político é politicamente responsável”. No entanto, considerou que não faz sentido falar em demissão a um mês das eleições, pois “o juízo sobre a responsabilidade política em cargos eletivos é dos eleitores”.

O chefe de Estado compreendeu que o presidente da Carris, Pedro Bogas, tenha colocado o lugar à disposição, o que foi recusado por Moedas, uma decisão que Marcelo considerou acertada nesta fase. A posição do Presidente foi ecoada pelo secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, que remeteu o “grande escrutínio político” para as urnas.

Em contraste, o seu antecessor, Pedro Nuno Santos, exigiu a demissão de Moedas, argumentando que o autarca é “prisioneiro das suas próprias declarações em 2021, quando exigiu a demissão de Fernando Medina”.

A Iniciativa Liberal, através da sua líder Mariana Leitão, adotou uma postura mais cautelosa, considerando “prematuro tirar grandes conclusões” e pedindo que se aguarde pelo resultado das investigações, rejeitando o “aproveitamento político”.

O Chega, por sua vez, anunciou a apresentação de uma moção de censura ao executivo camarário.

O vice-presidente da autarquia, Filipe Anacoreta Correia, que tutela a mobilidade, assumiu a responsabilidade política, defendendo Moedas do que classificou como “oportunismo inaceitável”.