O Governo iniciou uma ronda de reuniões com os partidos parlamentares para encontrar soluções, revelando diferentes alinhamentos e tensões entre as forças políticas.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, após uma visita a Angola, relatou a “incompreensão” das autoridades angolanas face às alterações propostas sem diálogo prévio, defendendo que a legislação deve considerar as “relações privilegiadas com os países de língua oficial portuguesa”. O PS mostrou-se disponível para “construir soluções humanistas que cumpram a Constituição”, mas avisou o Governo que terá de escolher entre negociar com os socialistas ou com o Chega. Após a reunião com o executivo, a Iniciativa Liberal e o Chega indicaram que o Governo pretende alargar o reagrupamento familiar, indo ao encontro de uma das críticas do Tribunal Constitucional. A IL manifestou disponibilidade para encontrar uma solução “rigorosa e com garantias processuais”, enquanto o Chega, apesar de se mostrar disponível para colaborar, expressou preocupação com um alegado “efeito de chamada” de imigrantes.

O Governo, pela voz do ministro Carlos Abreu Amorim, confirmou que irá acatar a decisão do TC, embora não concorde com ela, e que a discussão da lei da nacionalidade será adiada para outubro, dando prioridade à resolução das inconstitucionalidades na lei de estrangeiros.