A iniciativa gerou uma forte contestação por parte do Partido Socialista e das centrais sindicais UGT e CGTP, que a consideram um "grave retrocesso civilizacional".

A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, justifica a reforma com a necessidade de flexibilizar regimes "muito rígidos" para aumentar a competitividade e produtividade.

As alterações abrangem áreas como as licenças parentais, o trabalho flexível e as regras de greve.

No entanto, a reação da oposição foi imediata e severa.

José Luís Carneiro, secretário-geral do PS, apelou a um "sobressalto cívico", afirmando que nem a economia nem os níveis de desemprego justificam estas opções, que arriscam "quebrar a paz social" e afetar negativamente jovens, mulheres e trabalhadores vulneráveis.

O líder socialista sugeriu que o Governo "congele essas intenções" e admitiu pedir uma audiência ao Presidente da República.

A UGT, pela voz de Mário Mourão, classificou a proposta como um "ajuste de contas com a agenda do trabalho digno" e uma "obsessão ideológica", ameaçando com contestação na rua.

A CGTP também rejeitou o pacote laboral, com o seu secretário-geral, Tiago Oliveira, a afirmar que "nenhuma forma de luta está excluída".

O debate, que se inicia esta semana na Concertação Social, antecipa um período de forte tensão política e social.