A acusação do Ministério Público sustenta que Sócrates indicou Vara para a administração do banco público no final de 2005, com o intuito de facilitar um crédito considerado ruinoso ao empreendimento Vale do Lobo, pelo qual ambos teriam sido subornados.

Em tribunal, Sócrates contradisse esta narrativa, afirmando ter manifestado, na altura, reservas quanto à nomeação, por a considerar "politicamente muito desvantajoso para um governo que está a iniciar funções", devido ao "preconceito enorme" que a direita política nutria contra Armando Vara.

O ex-primeiro-ministro argumentou que a cronologia dos factos, nomeadamente a distribuição de pelouros, "destrói a acusação por inteiro".

Adicionalmente, Sócrates abordou a curta passagem de três meses de Luís Campos e Cunha pelo Ministério das Finanças, afirmando categoricamente: "Eu demiti Campos e Cunha.

Cansei-me das mentiras deste senhor".

Rejeitou a tese da acusação de que a saída se deveu a pressões para mudar a administração da CGD, atribuindo-a antes a um diferendo sobre uma lei que retirava benefícios a quem acumulava pensões com cargos públicos, classificando a nomeação do ex-ministro como "um equívoco político".