Este desenvolvimento assinala uma potencial e profunda reconfiguração do xadrez político nacional, quebrando a tradicional hegemonia dos partidos do bloco central.
De acordo com o barómetro, o Chega alcança 26,8% das intenções de voto, ligeiramente à frente da AD, com 25,9%, e do PS, com 23,6%. Embora a diferença entre os três partidos se encontre dentro da margem de erro de 4,1%, o que configura um empate técnico, a liderança inédita do partido de André Ventura representa um marco simbólico de grande impacto. A reação dos líderes políticos foi díspar: André Ventura classificou o momento como "histórico", afirmando que o partido está "talhado para governar" e que os "poderes corruptos estão cheios de medo". Em contraste, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, desvalorizou o resultado, afirmando que "há sondagens para todos os gostos" e que as que conhece colocam o Chega sempre em terceiro lugar.
O primeiro-ministro Luís Montenegro também desvalorizou o estudo de opinião.
A análise dos dados revela uma consolidação da base eleitoral do Chega, que cresce entre os eleitores mais velhos e com maiores rendimentos, ao mesmo tempo que mantém a liderança entre os mais jovens e as classes com menores recursos.
Geograficamente, o partido demonstra uma força particular na Área Metropolitana de Lisboa, com 31,9% das preferências.
Este fenómeno sugere que o crescimento do Chega não é apenas um voto de protesto, mas uma tendência que se alastra por diferentes segmentos demográficos e sociais, desafiando a estrutura de poder estabelecida.














