Esta posição estratégica mantém a incerteza sobre a configuração final dos candidatos, ao mesmo tempo que reforça o seu controlo sobre a agenda política do partido.

Durante o discurso de abertura do Conselho Nacional, Ventura foi claro na sua disponibilidade condicionada: "Se quiserem, e entenderem que devo ir, aqui estarei. Se entenderem que não devo ir, aqui estarei". O líder do Chega argumentou que a sua candidatura seria "um mau sinal para a democracia", defendendo que "o líder da oposição não deve ser simultaneamente um candidato presidencial", exceto "em último caso". Esta relutância calculada serve para reforçar a sua imagem como alguém focado na liderança da oposição e no objetivo de ser primeiro-ministro, ao mesmo tempo que não fecha a porta a uma candidatura que muitos no partido consideram essencial.

O objetivo traçado é inequívoco: garantir que o candidato apoiado pelo Chega, seja ele próprio ou outra figura, dispute a segunda volta das eleições.

Ventura alertou contra "aventuras loucas" que possam levar a um "desastre" eleitoral, sublinhando a necessidade de uma candidatura com "significado" e "impacto".

A decisão final, que deverá ser anunciada nos próximos dias, é um dos momentos mais aguardados da pré-campanha, pois definirá a estratégia da direita e o papel que o Chega pretende desempenhar na mais alta magistratura do país.