Um almoço privado entre o candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo, o líder do Chega André Ventura, e o empresário Mário Ferreira, dono da TVI, gerou uma forte controvérsia na pré-campanha para as eleições de Belém. O encontro, que decorreu numa quinta de Mário Ferreira em Torres Vedras, foi interpretado como um sinal de possíveis realinhamentos no espaço da direita e levantou questões sobre a natureza da candidatura do almirante. O encontro foi patrocinado por Mário Ferreira, que já manifestou publicamente o seu apoio a Gouveia e Melo, e teve como objetivo, segundo o jornal Público, permitir que os dois políticos pudessem "debater assuntos de interesse comum".
A revelação do almoço provocou reações imediatas, nomeadamente por parte da campanha de Luís Marques Mendes. Duarte Marques, diretor da campanha, questionou "o suprapartidarismo de Gouveia e Melo" e considerou que os três intervenientes "têm a obrigação de prestar esclarecimentos públicos sobre isto".
Este episódio ganha relevância no contexto das declarações anteriores de André Ventura, que não descartou um eventual apoio a Gouveia e Melo, afirmando procurar um "candidato forte, independente, acima dos interesses partidários". A reunião secreta alimenta a especulação sobre uma potencial aliança estratégica, que poderia redefinir o campo dos candidatos à direita e colocar em causa a imagem de independência que Gouveia e Melo tem procurado cultivar.
O próprio Marques Mendes recusou comentar o encontro, mas a sua campanha não deixou passar a oportunidade de sublinhar a aparente contradição.
Em resumoO almoço secreto entre Gouveia e Melo, Ventura e Mário Ferreira introduziu um novo elemento de tensão e especulação na corrida presidencial. O encontro sugere movimentações estratégicas nos bastidores da direita, pondo à prova a narrativa de independência de Gouveia e Melo e intensificando o debate sobre o papel do Chega e as suas potenciais alianças no futuro xadrez político nacional.