A decisão, baseada na insuficiência de assinaturas, remove um concorrente do boletim de voto e acende o debate sobre os obstáculos que os movimentos de cidadãos enfrentam para desafiar as estruturas partidárias estabelecidas. A candidatura, apresentada pelo grupo de cidadãos "António Araújo - Fazer das tripas coração", foi inicialmente rejeitada pelo Tribunal da Relação do Porto a 26 de agosto, que validou apenas 1.800 das 4.000 assinaturas necessárias. Após o chumbo do recurso pelo TC, o movimento lamentou a decisão, assegurando ter entregue "muito mais que o número mínimo de assinaturas exigido" e criticando o facto de ter sido "vedada a recontagem". Em comunicado, a candidatura denunciou ter sofrido "as mais diversas pressões para não avançar, tanto pelos candidatos das diferentes forças partidárias, como por meros ajudantes de campo que, de forma insistente, tentavam 'comprar' a nossa desistência". O movimento expressou o receio de que a dificuldade acrescida para os independentes não seja mais do que um conjunto de "obstáculos determinados - legislativamente - pelos partidos políticos que temem a ascensão de grupos de cidadãos ativos". Esta exclusão altera o panorama eleitoral no Porto, reduzindo o número de candidatos e sublinhando as barreiras legais e políticas que os projetos cívicos têm de superar para participar no processo democrático.