A divulgação destas conclusões, a um mês das eleições autárquicas, gerou uma crise política, dado que Meira se recandidata como independente com o apoio do PSD.

O relatório da auditoria, solicitado pelo PS e aprovado pela maioria na câmara, aponta para uma "atuação desconforme com diversos normativos legais e regulamentares".

As irregularidades incluem a "acumulação indevida de ajudas de custo com despesas pagas por cartão de crédito, utilização de verbas municipais para fins de natureza pessoal ou recreativa e ausência de documentos justificativos para diversos movimentos bancários". A auditoria conclui que estes factos podem configurar um crime de peculato. Em resposta, Maria das Dores Meira alegou ser vítima de "perseguição política" e de uma "tentativa de assassinato de caráter" com fins eleitorais, afirmando desconhecer o conteúdo do relatório. A atual Câmara de Setúbal, liderada pela CDU, anunciou que irá remeter o documento para a Polícia Judiciária e para a Inspeção-Geral de Finanças. A situação cria um embaraço significativo para o PSD, que apoia a candidatura de uma ex-autarca comunista agora suspeita de má gestão de fundos públicos, tornando a corrida eleitoral em Setúbal particularmente imprevisível e tensa.