A ação de André Ventura, que abandonou um debate parlamentar sobre incêndios para se dirigir aos manifestantes, foi calculada para captar a atenção mediática e posicionar-se como a figura central na questão da imigração.

Ao sair do hemiciclo acompanhado por deputados do seu partido, foi recebido com gritos de "fascista" e "racista" por parte dos manifestantes, que também entoavam que "Portugal é de quem trabalha".

Ventura respondeu de forma desafiadora, afirmando: "Querem regras, a lei serve para quem quer cumprir regras. A lei visa pôr regras, não vamos desistir".

A reação dos restantes partidos foi imediata e contundente.

Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, classificou a atitude de Ventura como uma "vergonha" e acusou-o de ser um "incendiário" por "provocar os imigrantes em Portugal" em vez de participar num debate sério.

O social-democrata sublinhou que, embora muitos no seu partido defendam um controlo da imigração, nenhum deputado do PSD foi perturbar uma "manifestação legítima".

Do lado do PS, a deputada Isabel Moreira também acusou Ventura de "provocar" os imigrantes.

A dinâmica criada demonstra uma tática deliberada do Chega para polarizar o discurso, forçando os partidos moderados a reagir e, assim, dominando a agenda política e mediática sobre um dos temas mais sensíveis da atualidade nacional.