A entrada do líder do Chega na corrida é vista como uma manobra para consolidar o seu eleitorado e manter a centralidade mediática do partido no debate nacional.
Ventura justificou a sua decisão afirmando que, apesar de não ser o seu desejo, o Chega "tem de ter voz" na eleição, após ter falhado em encontrar uma alternativa viável, admitindo que a sua preferência seria Pedro Passos Coelho.
Posicionou-se como o candidato "antissistema" e elegeu Gouveia e Melo como o seu principal adversário, rotulando-o de "representante do espaço socialista".
As reações dos outros quadrantes políticos foram imediatas.
O candidato presidencial António José Seguro considerou que "as coisas ficam mais claras" e apelou à união dos "democratas, humanistas e progressistas" em torno da sua candidatura.
Já o candidato apoiado pelo PCP, António Filipe, classificou Ventura como representante do "pior do sistema", baseado na "mentira reiterada, no discurso de ódio, na xenofobia e na intolerância". No espaço da direita, o eurodeputado do PSD Sebastião Bugalho, da campanha de Marques Mendes, enquadrou a corrida como uma disputa entre o "radicalismo" de Ventura e a "moderação" de Mendes. O líder do PS, José Luís Carneiro, apelou a uma "tomada de consciência coletiva sobre a importância de apoiar alguém do campo do socialismo democrático". A candidatura de Ventura, portanto, força uma clarificação de posições e intensifica a polarização, transformando a eleição numa batalha de blocos ideológicos.














