A decisão gerou reações imediatas nos restantes partidos e candidatos, reconfigurando o cenário da corrida a Belém.

André Ventura confirmou que será candidato à Presidência da República, uma decisão que, segundo ele, não desejou mas que se tornou inevitável para que o Chega “tenha voz” na eleição. Na sua declaração, Ventura admitiu ter falhado na tentativa de encontrar uma alternativa, revelando que a sua preferência recaía sobre o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. O líder do Chega apresentou-se como a única opção “antissistema” e afirmou que a sua candidatura é também “uma forma de liderar a oposição”.

As reações dos adversários foram imediatas.

O candidato socialista António José Seguro apelou à “convergência” dos “democratas, humanistas e progressistas” na sua candidatura, afirmando que “agora as coisas ficam mais claras”.

Do lado comunista, António Filipe classificou Ventura como representante do “pior do sistema”, baseado na “mentira reiterada, no discurso de ódio, na xenofobia e na intolerância”.

Luís Marques Mendes saudou a candidatura, mas demarcou-se, afirmando serem “radicalmente diferentes”, pois Ventura representa “uma parte dos portugueses” enquanto ele se candidata para representar “todos”.

A candidatura de Ventura intensifica a polarização e coloca pressão sobre os restantes candidatos, especialmente no campo da direita e do centro, obrigando a um reposicionamento estratégico de todos os intervenientes.