A sua intervenção é vista como uma crítica velada a candidatos sem experiência governativa, como Gouveia e Melo e André Ventura.
Num momento em que a corrida às eleições presidenciais de 2026 ganha forma, a intervenção de Aníbal Cavaco Silva agitou o debate político. No seu artigo, o ex-Presidente defende que o próximo chefe de Estado deve ter “uma boa dose de experiência política”, sublinhando que o conhecimento do funcionamento das instituições e das tarefas da governação é crucial para uma “magistratura de influência positiva”. Cavaco Silva enumerou seis “regras de comportamento” que considera fundamentais, incluindo “o respeito da Constituição”, a “defesa da estabilidade política” e a “isenção e independência em relação às diferentes forças partidárias”.
Embora não mencione nomes, a sua descrição exclui implicitamente candidatos sem percurso em cargos governamentais.
A reação foi imediata.
A candidata presidencial Catarina Martins criticou Cavaco por não se ter pronunciado sobre candidatos que, na sua opinião, “atacam o Estado de Direito”, numa clara alusão a André Ventura.
Já o almirante Gouveia e Melo respondeu com ironia, afirmando que o artigo parecia “apoiar o candidato António José Seguro”.
A intervenção de Cavaco Silva é interpretada como uma tentativa de influenciar o eleitorado de centro-direita, valorizando perfis como o de Luís Marques Mendes, que foi seu ministro, e reforçando a clivagem entre candidatos “do sistema” e “antissistema”.














