O Chega deu um passo na sua afirmação como principal força de oposição ao apresentar os nomes para o seu “governo-sombra”, uma iniciativa inédita para o partido. A escolha de figuras externas, incluindo um ex-ministro do PSD, visa projetar uma imagem de competência e alargar a sua base de apoio, embora tenha sido recebida com ceticismo e escárnio pelos adversários. André Ventura anunciou um elenco que inclui nomes como Rui Gomes da Silva, antigo ministro de um governo do PSD, para a pasta da Justiça, e Rui Teixeira Santos para a Economia e Finanças. A inclusão de dissidentes de outros partidos de direita é uma clara tentativa de captar eleitorado para além da sua base tradicional.
Ventura afirmou que o objetivo é mostrar ao país que “é possível ter um Governo de pessoas com qualidade, que se disponibilizam a fazer este trabalho com independência”.
No entanto, a iniciativa foi ridicularizada pela oposição.
A presidente da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, considerou o elenco “caricato”, afirmando que “parece quase saído de um ‘sketch’ dos Gato Fedorento”. A escolha de Horácio Costa para a Saúde, um médico que ganhou notoriedade por se ter vestido de templário para receber internos, também gerou polémica e foi vista como um exemplo da excentricidade do projeto.
A apresentação do “governo-sombra” por Ventura, ele próprio candidato presidencial, foi igualmente apontada como uma contradição estratégica, levantando questões sobre se o seu foco é a presidência ou a chefia do governo.
Em resumoA apresentação do 'governo-sombra' pelo Chega, integrando figuras como o ex-ministro do PSD Rui Gomes da Silva, representa uma tentativa de se legitimar como alternativa de poder. Contudo, a iniciativa foi recebida com críticas e sarcasmo por parte dos adversários políticos, que questionam a sua credibilidade e a coerência estratégica de André Ventura.