A posição do PS coloca a responsabilidade no Governo de Luís Montenegro, que terá de escolher entre negociar com os socialistas ou procurar apoio noutras bancadas, como o Chega. Após uma reunião com o primeiro-ministro, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, declarou que o principal objetivo do seu partido é “contribuir para a estabilidade política”.

No entanto, essa colaboração está condicionada.

“O Governo tem que garantir que matérias como as leis laborais, a revisão da lei de bases do Serviço Nacional de Saúde, as questões da segurança social e a política fiscal são tratadas fora daquilo que tem que ver com o perímetro do Orçamento”, afirmou Carneiro. Esta exigência visa impedir que o Orçamento seja usado para aprovar reformas estruturais controversas, que o PS defende que devem ser discutidas em sede própria.

Ao colocar estas condições, o líder socialista foi claro: “O Governo não tem que o fazer, pode entender estabelecer a sua maioria política com outros partidos, não fará é com o Partido Socialista”.

Esta tomada de posição define o campo negocial para os próximos meses, forçando o Governo a uma escolha estratégica sobre os seus parceiros parlamentares e sobre o âmbito das reformas que pretende implementar.