A decisão gerou críticas da direita e obrigou a uma reestruturação interna, com Marisa Matias a assumir um papel de destaque na campanha autárquica. A ausência de Mortágua tornou-se um ponto de discórdia no Parlamento, especialmente quando um debate agendado pelo próprio Bloco de Esquerda teve de prosseguir sem a sua presença. O Chega e o CDS-PP protestaram, com o líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, a acusar a deputada de “brincar com a Assembleia da República” e de “andar a passear de barco”.

A situação levou a uma “reflexão profunda” por parte da líder bloquista que, perante o atraso da missão humanitária, pediu a sua substituição temporária por Andreia Galvão, a número três da lista por Lisboa.

A decisão foi justificada pela necessidade de o partido não ficar “afastado dos debates no parlamento nas próximas semanas”. Fontes internas do BE, citadas num dos artigos, referem que a decisão surgiu também na sequência de descontentamento na direção do partido, onde a sua ausência em plena campanha eleitoral foi vista como um “capricho”. Para garantir a presença do partido na campanha autárquica, a dirigente Marisa Matias foi designada para substituir a coordenadora nas iniciativas de campanha até ao seu regresso.