O cenário para as eleições presidenciais de 2026 adensa-se com a formalização de novas candidaturas e a intervenção do antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. Num artigo de opinião, Cavaco traçou o perfil do candidato ideal, numa crítica velada a figuras sem experiência governativa, o que gerou reações imediatas de vários quadrantes políticos. O artigo de Cavaco Silva, que defende que o cargo exige “qualificações específicas” e “experiência política”, foi amplamente interpretado como um apoio indireto a Luís Marques Mendes e uma crítica a candidatos como Henrique Gouveia e Melo e André Ventura. Gouveia e Melo reagiu afirmando que “a Constituição não reservou a Presidência da República para os partidos” e, com ironia, lamentou que Cavaco não tivesse sido mais explícito no apoio a Marques Mendes.
Já André Ventura desvalorizou as palavras do ex-Presidente, afirmando que “o cavaquismo (...) está ultrapassado”.
O candidato presidencial apoiado pelo PCP, António Filipe, considerou, por sua vez, que reúne “todos os requisitos” elencados por Cavaco.
Entretanto, o tabuleiro político continua a compor-se: a Iniciativa Liberal formalizou o seu apoio a João Cotrim de Figueiredo, que se mostrou convicto de poder chegar à segunda volta, e o Bloco de Esquerda anunciou o apoio à sua antiga coordenadora, Catarina Martins.
A multiplicidade de candidatos, sobretudo à direita, fragmenta o eleitorado e torna o desfecho da eleição mais imprevisível.
Em resumoA corrida presidencial está a ser moldada não só pelos candidatos que se apresentam, mas também por figuras influentes do passado. O artigo de Cavaco Silva foi interpretado como um apoio a Luís Marques Mendes e uma crítica a candidatos como Gouveia e Melo e André Ventura, intensificando o debate sobre o perfil e a experiência necessários para a chefia do Estado.