A central sindical e os partidos de esquerda rejeitam o que consideram ser um "ataque brutal" aos direitos dos trabalhadores, enquanto o executivo defende a necessidade de flexibilização para aumentar a competitividade. As manifestações juntaram milhares de pessoas que protestaram contra medidas como o alargamento dos contratos a termo, o regresso do banco de horas individual e a facilitação do despedimento.

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, presente no protesto, afirmou que o pacote laboral “não tem ponta por onde se lhe pegue” e é “para rejeitar tudo”.

O Partido Socialista também se opõe firmemente às alterações.

O secretário-geral, José Luís Carneiro, acusou o Governo de usar as propostas sobre amamentação e luto gestacional como um “truque” negocial, com a intenção de as “deixar cair como prova de boa-fé” para conseguir aprovar as alterações mais gravosas.

O PS traçou uma linha vermelha, afirmando que não viabilizará um Orçamento do Estado que inclua estas matérias.

Por seu lado, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, insistem na necessidade de uma legislação “mais amiga” do trabalho e mais flexível, com o Governo a depositar na UGT a esperança de obter um acordo em sede de concertação social.