Durante a sua audição, Santos Pereira defendeu que quem trabalha no banco central “não deve estar envolvido em política ativa”.

Esta posição motivou o PS a propor uma alteração ao relatório final para salvaguardar explicitamente os “direitos, liberdade e garantias” dos trabalhadores, uma iniciativa que foi chumbada pela maioria de direita na comissão.

A proposta socialista pretendia sublinhar que o governador deveria pautar a sua atuação “pelo simples cumprimento do estabelecido no Regulamento de Conduta do Banco de Portugal, com respeito pelos princípios constitucionais consagrados”. O PSD, pela voz de Hugo Carneiro, considerou o assunto “ultrapassado”, dado que o relatório já incluía a garantia de Santos Pereira de que não iria “pedir filiação partidária de ninguém do Banco de Portugal”.

A redação do documento final pelo deputado do Chega, Eduardo Teixeira, que reconhece a “competência e experiencia técnica” do indigitado, é também um sinal da crescente institucionalização do partido.

A nomeação avança agora para o Conselho de Ministros, num contexto de debate sobre a independência do supervisor e os limites da participação cívica dos seus quadros.