O Governo de Luís Montenegro anunciou um novo e abrangente pacote de medidas para a habitação, classificando-o como uma “política de choque” destinada a dinamizar o mercado de construção e arrendamento. As propostas incluem incentivos fiscais significativos, como a redução do IVA, mas também medidas de contenção, como o agravamento do IMT para cidadãos não residentes.\n\nNo centro da estratégia está a redução da taxa de IVA para 6% na construção de habitações para venda até 648 mil euros e para arrendamento com rendas até 2.300 euros, um regime que vigorará até 2029. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que o objetivo é “abanar o mercado de construção e arrendamento”.
Outras medidas fiscais incluem o aumento das deduções em sede de IRS com os encargos de rendas para 900 euros em 2026 e 1.000 euros em 2027, e a isenção do Adicional ao IMI para imóveis arrendados até 2.300 euros. Numa tentativa de desincentivar a procura externa especulativa, o Governo aprovou o agravamento do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) para a compra de habitação por não residentes, excluindo emigrantes.
O Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, anunciou ainda que o executivo está a trabalhar com a banca para flexibilizar o acesso ao crédito e que mais medidas, incluindo a regulação da mediação imobiliária e a revisão do Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), serão apresentadas até dezembro.
O plano, que o Governo considera “ousado”, visa aumentar a oferta de habitação a custos moderados e garantir maior previsibilidade para promotores e cidadãos.
Em resumoO novo pacote de habitação do Governo representa uma intervenção multifacetada no mercado, combinando fortes incentivos fiscais para estimular a oferta com medidas para conter a procura externa. A eficácia desta "política de choque" dependerá da sua capacidade de aumentar o número de casas disponíveis a preços acessíveis, um desafio que a oposição e movimentos cívicos consideram que estas medidas poderão não resolver.