Este último valor, enquadrado no novo conceito de "renda moderada", suscitou uma forte polémica. O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou o Governo de "não conhecer o país", afirmando que tal valor "vai provocar mais uma subida em espiral no custo dos arrendamentos".

A crítica foi partilhada por outros partidos à esquerda; o PCP declarou-se "abismado", enquanto a Iniciativa Liberal, pela voz de Mariana Leitão, classificou as propostas como uma "cópia muito mal feita" das suas próprias ideias, criticando o excesso de burocracia. Em defesa das medidas, Luís Montenegro admitiu que o valor de 2.300 euros pode parecer "muito alto", mas justificou-o como um teto máximo necessário para abranger zonas de maior pressão como Lisboa e Porto, onde profissionais essenciais enfrentam dificuldades de acesso à habitação. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou a iniciativa, considerando que a situação exigia uma "intervenção de choque".

A controvérsia em torno do conceito de "renda moderada" e dos valores propostos dominou o debate político, refletindo a profunda divisão sobre as soluções para a crise habitacional em Portugal.