O primeiro-ministro negou categoricamente ter qualquer responsabilidade na demora do processo, afirmando: "Eu estou muito tranquilo, como estive sempre.
Quero que essa averiguação acabe o mais cedo possível. Não é por mim que ela está atrasada, isso que fique muito claro".
A polémica intensificou-se com a notícia de que o seu gabinete, em resposta ao jornal Público, associou a data dos dois pedidos de documentação a períodos eleitorais, um durante a campanha legislativa e outro nas vésperas das autárquicas. Confrontado sobre se isto seria uma insinuação de motivação política por parte da justiça, Montenegro rejeitou a ideia, declarando que se trata de "um facto, não é insinuação nenhuma".
A oposição reagiu com distanciamento.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, desvalorizou a questão do 'timing', afirmando que "são assuntos que dizem respeito à justiça e devemos deixar a justiça fazer o seu trabalho". Na mesma linha, a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, foi mais direta, declarando que "a justiça não deve suspender os seus trabalhos porque estamos em campanha eleitoral", e recordou que noutras ocasiões, envolvendo outros políticos, não ouviu "estas críticas". A persistência do caso mantém a pressão sobre o chefe do Governo, que se vê obrigado a gerir as implicações políticas de uma investigação que incide sobre a sua esfera pessoal e empresarial.














