Embora sem pedir diretamente a demissão, o Presidente prometeu falar sobre a situação do setor nas próximas semanas, deixando um aviso sobre a responsabilidade política.

A reação dos partidos da oposição não tardou.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, afirmou que iria "aguardar por aquilo que significam essas palavras", mas sublinhou que, em última análise, "o primeiro responsável é o primeiro-ministro". Mais incisiva, a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, declarou que, no seu entender, "a ministra da Saúde já há muito tempo que não tinha condições para continuar neste cargo", recordando que a ex-ministra Marta Temido se demitiu "por muito menos". As declarações do Chefe de Estado funcionam como um amplificador da pressão sobre o Ministério da Saúde, colocando a continuidade de Ana Paula Martins em xeque e transferindo o ónus da decisão para Luís Montenegro, numa altura em que a gestão do Serviço Nacional de Saúde continua a ser um dos principais focos de instabilidade para o Governo.