A decisão do Governo de extinguir a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e integrá-la numa nova agência gerou forte oposição da comunidade científica e de partidos como o PS e o Livre, que criticam a "falta de transparência" e o que consideram ser uma "medida radical". A proposta de reforma do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, que prevê a extinção da FCT e da Agência Nacional de Inovação (ANI) para dar lugar a uma nova Agência de Investigação e Inovação (AI2), tornou-se um ponto de forte contestação. A comunidade científica e académica, incluindo reitores, manifestou-se publicamente contra a medida, enviando uma carta à Presidência da República onde classifica a decisão como uma "rutura radical" e critica a falta de debate prévio. O Governo, pela voz do ministro Fernando Alexandre, rejeitou estas acusações, afirmando que a criação da AI2 não é uma "medida radical", mas sim "parte integrante de uma reforma estrutural mais ampla" para evitar a "fragmentação e duplicação funcional".
A oposição parlamentar também se mobilizou.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, pediu ao Presidente da República "uma ponderação" sobre o diploma, enquanto o coordenador do Conselho Estratégico socialista, Augusto Santos Silva, considerou "não ser concebível" que a política científica passe para as mãos de "uma sociedade anónima". O Livre, através do seu porta-voz Rui Tavares, ameaçou mesmo pedir a apreciação parlamentar do decreto, caso o Governo não o submeta voluntariamente à discussão na Assembleia da República.
Este confronto coloca em lados opostos a visão governamental de uma gestão mais eficiente e a preocupação da comunidade científica e da oposição com a potencial perda de autonomia e foco na ciência fundamental.
Em resumoA reforma governamental que extingue a FCT enfrenta uma onda de críticas do setor científico e da oposição, que temem pela autonomia da investigação e acusam o executivo de falta de diálogo, transformando a ciência num novo campo de batalha política.