As negociações, marcadas por condições e cedências, revelam a complexa dinâmica de poder na Assembleia da República, onde o Governo da AD necessita de apoio para legislar. A reapreciação do diploma, agendada para esta semana, colocou o Chega numa posição de poder negocial. O partido de André Ventura impôs como condição para um acordo a obrigatoriedade de cinco anos de descontos para que os imigrantes possam aceder a apoios sociais, um ponto que classificou como “decisivo”.
André Ventura foi claro no seu aviso: “Se não concordar, não temos acordo.
Porque, para nós, este é um ponto decisivo”.
Em resposta, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, acusou o Chega de “meter assuntos para baralhar” que não estão relacionados com a lei em si. O Governo, no entanto, mostrou-se flexível, admitindo que “a lei que vai ser votada amanhã [terça] não tem de ser exatamente igual à proposta que entrou na quarta-feira passada”.
O diálogo entre PSD e Chega materializou-se na criação de um grupo de trabalho conjunto para fechar o texto.
Por outro lado, o PS, através do seu secretário-geral José Luís Carneiro, anunciou que apresentaria propostas para “ultrapassar os bloqueios constitucionais”, nomeadamente no reagrupamento familiar, sinalizando uma via de diálogo alternativa.
A Iniciativa Liberal, pela voz de Mariana Leitão, indicou que votará favoravelmente a nova versão, considerando que esta resolve as dúvidas levantadas pelo TC, sublinhando a urgência de regular a imigração.














