Contudo, foi a definição de uma renda até 2.300 euros como “moderada” que incendiou o debate político.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, reagiu com surpresa, afirmando que tal valor “é de alguém que não conhece o país e não vive os problemas dos jovens portugueses”. O PCP, pela voz de Paulo Raimundo, considerou a medida “uma afronta”, questionando “em que país vivem aqueles que acham que 2.300 euros é o valor moderado para uma renda”. O Governo defendeu-se, com Luís Montenegro a admitir que o valor “soa um pouco elevado”, mas justificando-o como um teto máximo para abranger zonas de maior pressão como Lisboa e Porto e para apoiar a classe média, que inclui “professores, médicos, enfermeiros, polícias”. O ministro Miguel Pinto Luz reforçou que o objetivo é atrair para o mercado cerca de 45 mil casas, rejeitando que a medida aumente a especulação.