Esta acusação direta aos seus principais adversários políticos foi imediatamente repudiada, com o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, a classificá-la como uma demonstração de "grande desumanidade" e desconhecimento da realidade.
Durante um almoço com candidatos do PSD em Lisboa, Montenegro afirmou que os autarcas do seu partido "não ficam a olhar" para o problema, contrastando com a alegada inação dos executivos de esquerda.
A resposta da oposição foi contundente.
José Luís Carneiro, em campanha no Algarve, questionou se o primeiro-ministro sabia que muitas dessas construções precárias estão a nascer em terrenos do Estado, sob a alçada do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), e acusou-o de ignorar os pedidos de ajuda de autarcas como a presidente da Câmara de Almada. Na mesma linha, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou que Montenegro "vive numa bolha", lembrando que Lisboa, governada pelo PSD, tem "11.500 agregados familiares a viver em condições indignas" e que as duas mil barracas em Almada estão em terrenos do IHRU, cuja responsabilidade é do Governo.
O líder comunista acusou o primeiro-ministro de "aproveitar o drama de milhares de famílias para fazer campanha eleitoral". Este confronto marcou o tom do início da campanha, centrando o debate na crise da habitação e na partilha de responsabilidades entre o poder central e local, com uma troca de acusações que evidencia a polarização política atual.














