O anúncio, feito pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, durante uma audição parlamentar, representa uma mudança estratégica na gestão do transporte ferroviário e gerou uma reação imediata do Partido Socialista.

Miguel Pinto Luz foi claro ao afirmar: "Não há privatização nenhuma da CP.

Vai haver subconcessões para o sistema funcionar melhor?

Sim".

Este modelo, previsto na legislação, permite que a CP ceda temporariamente a exploração de parte dos seus serviços a uma empresa privada através de concurso, incluindo a transferência de ativos e trabalhadores. A intenção já constava do Programa do Governo, que previa o "lançamento de concursos para concessão de linhas ferroviárias específicas". A secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, acrescentou que serão realizados estudos para analisar as várias opções. A notícia motivou um pedido de esclarecimentos por parte do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, que, durante uma ação de campanha na linha de Sintra, manifestou preocupação com a intenção do Governo e prometeu que o seu partido acompanhará o tema na Assembleia da República. Carneiro contrapôs a medida com o "investimento significativo" realizado pelos governos socialistas no transporte ferroviário, posicionando o tema como um ponto de clivagem política entre o atual e o anterior executivo.