O acidente com o Elevador da Glória transformou-se no epicentro da campanha autárquica em Lisboa, gerando uma intensa troca de acusações entre os principais candidatos e redefinindo a dinâmica da corrida eleitoral. A controvérsia intensificou-se após uma reportagem da RTP sugerir que familiares de vítimas e sobreviventes não foram contactados pela autarquia, contrariando as afirmações do presidente Carlos Moedas. A candidata da coligação de esquerda, Alexandra Leitão, capitalizou a notícia, acusando Moedas de ter “mentido” e de não possuir a “postura” nem o “nível que é preciso ter” para o cargo.
A sua ofensiva política visa questionar a competência e a humanidade da gestão do atual autarca.
Em resposta, Carlos Moedas acusou o Partido Socialista de “politizar” a tragédia, utilizando-a como uma “tábua de salvação” eleitoral por falta de outros temas.
O presidente recandidato garantiu que “a Câmara não falhou e não vai falhar”, insistindo que todos os contactos foram feitos, mas recusando-se a detalhar casos específicos por respeito à privacidade das vítimas.
Esta polémica desviou o foco do debate programático para uma batalha sobre a gestão da crise, a credibilidade e a ética política, com ambos os lados a tentarem moldar a narrativa a seu favor, num claro sinal de que o desfecho da tragédia poderá ter um peso decisivo no resultado eleitoral de 12 de outubro.
Em resumoA gestão do pós-acidente do Elevador da Glória tornou-se uma arma de arremesso político na campanha de Lisboa, com acusações de mentira e instrumentalização da tragédia a dominarem o confronto entre Carlos Moedas e Alexandra Leitão, influenciando decisivamente a perceção pública sobre os candidatos.