Durante uma ação de apoio ao candidato do PSD a Sintra, Marco Almeida, Passos Coelho defendeu que, em democracia, os eleitos "têm de saber trabalhar em conjunto, quaisquer que sejam os eleitos".
Para o ex-líder social-democrata, as "linhas vermelhas" devem ser ditadas pela "consciência" e estar relacionadas apenas com "coisas muito particulares, muito especiais, muito graves".
Esta declaração foi amplamente interpretada como uma abertura a acordos de governação local com o Chega, um tema sensível. O atual líder do PSD e Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, confrontado com as palavras do seu antecessor, classificou o tema como "ruído" e "politiquês", evitando traçar uma linha clara e afirmando que o foco do partido é "ganhar e governar" com o apoio direto dos eleitores. A intervenção de Passos Coelho surge num momento em que se antecipa uma maior fragmentação dos executivos municipais, com o próprio a reconhecer que o crescimento do Chega a nível nacional "terá um reflexo autárquico". A sua posição revela uma dinâmica de influência dentro do PSD, sugerindo uma abordagem mais pragmática em relação a alianças, em contraste com a hesitação da atual direção em definir uma estratégia clara de relacionamento com o partido de André Ventura.














